À medida que as eleições para a presidência do FC Porto se aproximam, o ambiente político no clube azul e branco está cada vez mais agitado, com os candidatos a intensificarem as suas campanhas na intensa procura pelo apoio dos sócios portistas.
"Há aqui claramente um lado da campanha que parte para a ofensa verbal. É o lado de Pinto da Costa", critica Diogo Luís.
No entanto, esta disputa tem sido marcada por polémicas e trocas de acusações entre as principais figuras das três candidaturas, Pinto da Costa, Nuno Lobo e André Villas-Boas, refletindo a tensão que se vive nos corredores do Dragão.
Um dos temas centrais e que mais debate tem criado nesta campanha tem sido a construção de um novo centro de treinos para o FC Porto, com a localização a dividir opiniões entre os sócios e os candidatos à liderança máxima do emblema da Invicta.
Enquanto o antigo treinador dos dragões, Villas-Boas, defende Vila Nova de Gaia como local preferencial, o atual presidente, Pinto da Costa, pretende avançar com a construção na Maia.
Esta divergência entre ambos tem gerado desconforto e descontentamento no seio da família azul e branca, especialmente numa altura em que as eleições estão cada vez mais próximas.
Diogo Luís, antigo jogador português, manifestou recentemente o seu desagrado em relação à forma como a campanha de Pinto da Costa tem sido conduzida, criticando especialmente o tom e a narrativa utilizada pelo atual líder dos dragões.
Segundo Diogo Luís, o atual presidente tem adotado uma postura de ataque pessoal e verbal, referindo-se aos adversários como "inimigos de Lisboa" e chegando mesmo a comparar André Villas-Boas a Vale e Azevedo.
"Eu acho que há aqui claramente um lado da campanha que parte para a ofensa verbal, que parte para o ataque pessoal que é o lado de Pinto da Costa", começou por destacar o agora comentador desportivo, em declarações na CNN Portugal.
"Continua a ser o discurso do inimigo de Lisboa", acrescentou de seguida Diogo Luís, citado pelo jornal 'Bancada.pt'.
O ex-futebolista expressou particular preocupação com as acusações de Pinto da Costa contra André Villas-Boas, comparando-o a Vale e Azevedo devido à sua oposição à decisão de avançar com a construção do centro de treinos antes das eleições.
"Pinto da Costa não tem só um inimigo fora como já encontrou um dentro. É André Villas-Boas e, com isso, parte para o ataque, para a ofensa verbal, diz que é um Vale e Azevedo. Porquê? Porque Villas-Boas criticou o facto de estarem agora a assinar um contrato para fazer a Academia", observou o antigo lateral do Benfica.
"E eu acho que o André Villas-Boas tem razão. As eleições são em abril, e a realidade é que estão a tomar uma decisão estrutural a dois meses das eleições. Esteve anos e anos para tomar a decisão e nunca a tomou", acrescentou Diogo Luís.
O agora comentador enfatizou ainda a importância de uma abordagem mais ponderada e respeitosa durante o processo eleitoral, criticando a postura de Pinto da Costa de agir como se estivesse acima de qualquer escrutínio ou crítica.
"Pinto da Costa entende que está acima de tudo e todos. E entende que vai tomar uma decisão e colocar todas as decisões que a outra candidatura pode ter em causa e chama-lhe Vale e Azevedo porque diz que, no limite, ninguém rasga contratos como aconteceu com Vale e Azevedo", frisou.
Diogo Luís acrescentou ainda que, se Villas-Boas for eleito, é pouco provável que rasgue contratos existentes, mas irá analisar e avaliar todas as decisões tomadas pela atual direção.
"É claro que o André Villas-Boas não irá rasgar contratos, irá ver se está legal, se é possível fazer alguma coisa para o reverter", rematou o ex-lateral português.