Portugal-Brasil: Declarações de Paulo Bento

''(Sobre Ronaldo) Se fosse possível vir, estaria cá. A verdade é que para jogar amanhã (hoje) seria muito apertado. É um jogador que ficou dispensado após o jogo com a Irlanda do Norte por não reunir condições para estar presente e não mais do que isso.

Em relação ao onze não vou revelar nada daquilo que vai acontecer no jogo, até porque, neste caso, estamos numa conferência de imprensa que antecede o último treino, ao contrário daquilo que é normal. Temos uma ideia daquilo que vamos apresentar, uma certeza de que, em relação ao último jogo, fomos obrigados a fazer uma alteração, efetuaremos o nosso treino e depois de pensar com algum tempo tomaremos as nossas decisões para o jogo.

Vamos abordar o jogo pensando na nossa forma de jogar, que é o que fazemos sempre, naturalmente tendo em conta também o adversário e o que nos pode colocar. É uma equipa que não tem a ver com o estilo de jogo, nem o contexto do jogo será igual ao que vamos encontrar seguramente a 11 e 15 de outubro frente a Israel e Luxemburgo, por isso tentaremos competir da melhor maneira e tentar levar coisas positivas para os próximos jogos da fase de qualificação.

Sabemos que num caso concreto do Fábio (Coentrão) não podemos contar com ele no primeiro jogo, mas já podemos para o segundo, quanto ao caso do Hélder (Postiga) ainda temos de aguardar a decisão em relação ao seu castigo, sabendo que não contamos com ele para o primeiro jogo, mas não é claro para o segundo.

Independentemente de serem jogos particulares ou de qualificação, tentámos sempre jogar de forma em termos de qualidade agradável, tendo em conta a estratégia para cada jogo em função do adversário e frente ao Brasil isso não fugirá à regra, frente a uma grande equipa, que tem a sua situação definida quanto ao estar no Mundial de 2014 como país organizador, que tem uma qualidade individual tremenda em todos os seus setores, mas isso não nos pode inibir de mostrar a nossa qualidade e terá de nos motivar a querermos ser melhores.

O último jogo deu-nos a possibilidade de continuar a depender de nós para o objetivo de que temos de estar no Mundial de 2014 pela via do segundo lugar, que é aquilo que continua a depender de nós neste preciso momento.

A verdade é que não senti no dia a seguir tivéssemos construído uma boa vitória na Irlanda. Quando me apercebi, no dia seguinte, deu-me a sensação que defrontámos uma equipa que foi melhor do que nós, que quis ganhar mais do que nós e que nós fomos uma equipa desequilibrada, anárquica, que passou por um conjunto de problemas que construímos e não outros intervenientes do jogo, mesmo tendo em conta, em minha opinião, a injustiça da expulsão do Hélder, mas houve demasiadas incidências do jogo que não tiveram a ver connosco e que acho que foram pouco valorizados o trabalho e o resultados que alcançámos no jogo com a Irlanda.

Em relação a Scolari, os jogadores que estiveram com ele o que têm de fazer é cumprimentá-lo e agradecer por ter ajudado na sua valorização na seleção. Quanto a mim, como selecionador e como português, estou grato, foi um selecionador que nos levou à única final na história do nosso futebol em temos de seleções, à segunda meia-final de um Mundial e, ouvindo alguns iluminados, parece que fez pouco, o que discordo plenamente, acho que fez um excelente trabalho e foi possivelmente o selecionador que fez o melhor trabalho à frente da seleção nacional. Estou-lhe grato e acho que os portugueses também devem estar, bem como os jogadores.

O Nani nuca deixou de ser um jogador importante. Desde a dupla jornada Israel e Azerbaijão que não esteve connosco devido a lesão, teve um contexto até final da temporada muito difícil, mas mesmo nessas circunstâncias optámos por tê-lo connosco e utilizá-lo contra a Rússia, mas a verdade é que acabou por ter influência no último jogo e é um jogador com um talento enorme.

(Homenagem aos bombeiros) Vamos tentar homenagear não só quem está a ver o jogo, mas ao mesmo tempo o que me parece importante referir são algumas palavras de apreço pore alguém que demonstra dia a dia um sacrifício enorme e uma coragem tremenda na defesa do nosso património, e lamentar que muitas destas situações se vivam por motivos que não são motivos naturais que deviam acabar no nosso país''.