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REPORTAGEM: Setubalenses temem pelo futuro do Vitória de Setúbal

A notícia do impedimento do Vitória de Setúbal em inscrever a sua equipa principal de futebol nas provas profissionais deixou os setubalenses incrédulos e, apesar de haver quem acredite no recurso, há também quem tema pelo futuro do clube.

REPORTAGEM: Setubalenses temem pelo futuro do Vitória de Setúbal

Depois de no domingo milhares de pessoas terem saído à rua para apoiar a equipa e, após o triunfo 2-0 sobre o Belenenses SAD, festejar a permanência, os adeptos estavam longe de imaginar que a Comissão de Auditoria da Liga Portuguesa de Futebol Profissional iria reprovar os processos de licenciamento e decretar a descida ao Campeonato de Portugal.

À entrada do Mercado do Livramento, ponto de encontro diário de milhares de sadinos, Joaquim Cruz, 49 anos, não escondeu preocupação pelo momento atual e confessa que a sua tristeza é proporcional à que sentiu na janela do prédio onde vive junto ao estádio do Bonfim há poucos dias.

“No domingo houve festa toda a noite e hoje parece que a cidade está a viver um pesadelo. Custa-me a acreditar que o Vitória desça de divisão na secretaria. Seria difícil, mas aceitava melhor se fosse por ter perdido o jogo”, disse.

O comerciante setubalense considera que enquanto o processo decorre é cedo para apontar responsáveis pelo momento atual, mas entende que a situação podia ter sido evitada se toda a documentação necessária tivesse sido entregue

“Diz-se que faltam uns papéis. Todos os anos o Vitória é falado por coisas deste género. Por esse motivo, quem dirige o clube deveria estar precavido de forma a impedir que esta história se repita época após época”, vincou.

No lado oposto da Avenida Luísa Todi, junto à Praça de Bocage, Manuel Serra, 72 anos, deambula pensativo até ser abordado para falar do clube da cidade.

“Não me diga nada! Quando vi na televisão que o Vitória ia descer nem queria acreditar. Não acredito. O clube tem dificuldades e isso não é de agora. Como em anos anteriores, espero que seja mais um susto”, referiu.

O reformado alentejano, residente em Setúbal há mais de 60 anos, afirma que nos anos mais recentes tem sido recorrente sofrer-se pelo Vitória e revela receio pelos efeitos de uma descida ao Campeonato de Portugal.

“Nos últimos anos são mais as vezes que o Vitória sofre do que está tranquilo na classificação. Se o clube tem dificuldades na I Liga, é fácil imaginar o que seria na terceira divisão em que as receitas são menores”, disse.

Recorde-se que o Vitória de Setúbal anunciou quarta-feira que vai recorrer da decisão do impedimento de se inscrever nas competições profissionais, depois de a Comissão de Auditoria da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) ter reprovado o seu processo de licenciamento.

O emblema setubalense, presidido por Paulo Gomes, refere que vai trabalhar de forma a resolver a situação.

“Ciente de que a razão está do seu lado, o Vitória Futebol Clube não baixará os braços e continuará a trabalhar arduamente na tentativa de ver resolvido este processo”, diz o Vitória de Setúbal, informando que hoje "serão prestados mais esclarecimentos sobre o caso”.

Além do Vitória de Setúbal, a LPFP excluiu também das provas profissionais o Desportivo das Aves, que tinha sido despromovido à II Liga, depois de ter terminado a I Liga na 18.ª e última posição, enquanto os setubalenses tinham assegurado a permanência, ao ser 16.º.

A Liga de clubes convidou o Portimonense, que tinha sido 17.º posicionado e despromovido, a manter-se na I Liga e o Cova da Piedade e o Casa Pia a manterem-se na II Liga, depois de terem sido despromovidos administrativamente, com o cancelamento do segundo escalão, devido à covid-19.

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