O selecionador nacional, Roberto Martínez, enfrentou críticas inesperadas no início da temporada devido à sua decisão de convocar João Félix e João Cancelo para representar a Seleção Portuguesa.
Ambos os jogadores estavam em um período de transição para o Barcelona e não competiam há dois meses, levando a muitas críticas sobre a decisão do treinador espanhol.
Em entrevista à agência Lusa, Roberto Martínez defendeu a sua escolha, destacando a importância de informações internas e o desempenho anterior dos jogadores nos estágios.
Martínez expressou surpresa face às críticas, salientando a vasta experiência da equipa técnica na avaliação de jogadores e na preparação de estágios.
O treinador argumentou que a situação contratual e a instabilidade não deveriam obscurecer o rendimento passado dos jogadores, enfatizando que ambos deram uma resposta positiva em campo.
"Foi uma surpresa, honestamente. Tenho agora muita experiência em acompanhar jogadores, em preparar estágios e o selecionador e a equipa técnica têm muita informação que não há fora da federação", começou por dizer o selecionador da equipa das quinas.
"Fiquei surpreso porque tínhamos muita informação num período muito difícil, em que a maioria dos jogadores estão na pré-época e com futuro instável", acrescentou Martínez.
O selecionador sublinhou o alto nível de João Cancelo, evidenciando as suas valências únicas. O jogador, que estava em processo de mudança para o Barcelona, destacou-se nos estágios anteriores, demonstrando consistência e qualidade que o tornaram uma peça chave na estratégia de Martínez.
"O que os jogadores fizeram nos estágios anteriores é muito mais importante do que a situação que estão a viver. Ambos deram uma resposta muito boa no relvado. Cancelo, por exemplo, mostrou que estava a um nível muito alto e que não há outro jogador com as mesmas valências", lembrou, em declarações à Lusa.
Relativamente a João Félix, Martínez elogiou a sua prestação após os jogos contra a Eslováquia e Luxemburgo, período em que o jogador ainda não tinha finalizado a sua transferência para o Barcelona.
"O João Félix, depois desses jogos, foi provavelmente o melhor jogador da Europa em setembro e outubro. Mas, as expectativas para a nossa seleção e as largas opções que temos abrem os comentários a criticas e é preciso aceitar isso", defendeu Roberto Martínez.
Martínez reconheceu que as expectativas elevadas na seleção nacional e as opções vastas abrem espaço para críticas, mas salientou que a decisão de convocatória baseou-se na avaliação completa do potencial e qualidade dos jogadores.
Sobre a perda de espaço de João Félix no Barcelona, Martínez minimizou a situação, atribuindo-a à instabilidade contratual do jogador.
O selecionador sublinhou a necessidade de Félix encontrar estabilidade para continuar a sua trajetória de sucesso no clube catalão.
"A passagem de Félix pelo Chelsea ajudou muito à sua formação, mas precisa de uma situação estável. Ele está emprestado e isso não é uma situação estável. Tem sido determinante no Barcelona e, sempre que entra, faz golos ou assistências. Precisa de estabilidade", rematou.