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Ricardo Amorim: «Os distritais ficarão mais pobres sem o Capitão Moura»

A página oficial da Liga dos Últimos no Facebook e a necrologia do Jornal de Notícias não deixam dúvidas: António Moura - Capitão Moura para os amigos e conhecidos-, faleceu. A figura incontornável dos campeonatos amadores e distritais da zona do Porto deixou um legado de seguidores e admiradores, que ainda hoje soltam gargalhadas incontroláveis quando assistem aos arquivos do antigo programa da RTP1 e RTPN espalhados pela Internet.

O Futebol 365 falou com Ricardo Amorim, o jornalista que teve oportunidade de entrevistar o saudoso Capitão Moura em diversas ocasiões, e tentou perceber alguns aspetos da personalidade de um homem… culto. E que teve direito à disquete com o seu hino, ao presunto e a inúmeros chouriços.

«O Capitão Moura surgiu muito antes da Liga dos Últimos, ainda na antiga NTV. Era uma presença assídua nos jogos do Foz (a terra onde nasceu a santa da sua mãe), do Senhora da Hora e do Desportivo de Portugal, tudo pequenos emblemas da zona do Porto. Na altura, conseguimos encontrá-lo e ele passou a ser uma figura assídua na cobertura que fazíamos desses encontros. Toda a gente conhecia o Capitão Moura na Foz e em Campanhã. Desde a sua morada ao seu dia-a-dia», explicou Ricardo Amorim, que revelou ainda que António Moura era tudo menos mentiroso.

«Ele foi um árbitro reputado a nível nacional e ‘mamou’ a sério! Tudo o que ele diz nas entrevistas é verdade. Trabalhou no Iraque e foi um homem abastado, mas a sua família não soube gerir o dinheiro que enviava para Portugal e ficou desequilibrado desde que regressou e não encontrou a situação financeira que esperava», revelou o jornalista.

De resto, o Capitão Moura teve direito a tudo o que pediu. Afinal, não é qualquer um que se pode gabar de possuir um hino oficial. «Chegámos a dar-lhe o seu hino gravado e fomos buscar um presunto e chouriços ao talho para lhe oferecer. Almoçámos com ele e entregámos o prémio Capitão Moura ao Visconde da Apúlia na sua presença. Durante essas viagens, foi o tempo em que tive oportunidade de o ver mais lúcido. Consegui falar sobre vários assuntos com ele e conheci-o como nunca. Mostrou-me um lado culto e informado que poucos conhecem», contou.

Convidado pelo Futebol 365 a deixar uma mensagem de despedida a António Moura, Ricardo Amorim não hesitou: «Acho que devemos lembrar o Capitão Moura com justiça, honestidade, coerência e imparcialidade. Os campeonatos amadores e distritais ficaram mais pobres. Partiu uma grande figura!».

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