O presidente do Peru, Ollanta Humala, condenou hoje os insultos racistas feitos por um grupo de adeptos do Real Garcilaso contra o jogador brasileiro Tinga, do Cruzeiro, num jogo do grupo 5 da Taça dos Libertadores de futebol.
“Um país tão diverso como o nosso e que fortalece a sua identidade com todas as culturas não deve admitir reações racistas de nenhum tipo”, publicou Humala na sua conta na rede social Twitter.
Noutra mensagem, o presidente do Peru acrescentou: “Expressões como as de ontem num jogo de futebol devem originar indignação e impulsionar a nossa luta contra todo o tipo de discriminação”.
Tinga, ex-jogador do Sporting, denunciou que foi atacado verbalmente por parte da “afición” do Garcilaso por ser negro.
Aos 66 minutos, o médio, de 36 anos, entrou em campo para substituir Ricardo Goulart. A partir desse momento, e sempre que Tinga tocava na bola, os adeptos adversários guinchavam e imitavam macacos.
Depois do encontro, que se disputou na quarta-feira, em Huan Cayo, no Peru, e que terminou com a vitória por 2-1 da equipa peruana sobre a mineira, o futebolista mostrou a sua indignação, recordando que jogou quatro anos na Alemanha e nunca viveu nada assim.
“Agora isto acontece num país muito parecido com o nosso, com mistura de raças. Trocaria um título pela igualdade de raças e o respeito”, disse.
Os jogadores do Cruzeiro acusam ainda o árbitro, o venezuelano José Argote, de não ter tomado medidas em relação ao incidente.
Também a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, condenou os insultos racistas a Tinga, enquanto o treinador do Real Garcilaso, Fredy García, pediu desculpas ao futebolista e ao Cruzeiro.
O racismo nos estádios é uma das maiores preocupações atuais da FIFA, que faz constantes campanhas contra a discriminação.