Vários sócios do Marítimo saíram revoltados com o método da votação que aprovou o Plano Estratégico para o futuro imediato do clube com recurso a ‘braço no ar’.
“Numa casa destas, uma votação feita de braço no ar e de qualquer maneira, que me deixaram dúvidas, porque é impossível fazer uma contagem certa e credível numa casa como estava. O pavilhão não tem condições para fazer uma contagem nestes moldes”, referiu Francisco Gonçalves, assumindo que decidiu não votar, porque “tinha de ser feito nas urnas”, que é onde “já fazem até nos clubes menores que o Marítimo”.
O plano apresentado pela direção do Marítimo aos sócios, que comporta a profissionalização da SAD ‘verde rubra’ com o intuito de atrair investidores, foi hoje aprovada com 52,6%. Houve 234 votos a favor, 138 contra, sete abstenções e 66 nulos (pessoas que não quiseram exercer o seu direito de voto), num total de 445 sócios votantes, em cerca de 600 que marcaram presença na Assembleia Geral que teve lugar no pavilhão do clube.
“Primeiro, fizeram a votação conjunta, dividida por setores, mas agora já estavam a fazer por filas, quem me garante que quem está a contar o está a fazer corretamente? Fico na dúvida”, explicou Mário Pereira, antigo presidente do clube Marítimo na Venezuela, revelando ainda sentir-se nervoso por ver o Marítimo ter uma atitude que classifica de “ato de ditadura”.
O sócio Ricardo Sousa, quando questionado sobre o desfecho da votação, defendeu tratar-se de “um desastre, mas se os sócios quiseram assim, vão ter”.
“Passou-se um ‘cheque em branco’ quando ganharam as eleições, caímos na segunda divisão e, vamos voltar à mesma coisa? Mais promessas? O Marítimo não precisa de promessas, mas sim de trabalho e não estou a ver onde está esse trabalho quando se apresenta um plano estratégico de amadores”, adiantou o empresário de profissão.
O antigo presidente da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Gouveia, deu conta que o seu voto foi contra o plano apresentado pela direção ‘verde rubra’.
“Infelizmente, hoje votou-se pela entrega de 40% da SAD do Marítimo a um investidor, onde os sócios decidiram maioritariamente. Votei contra, porque acho que não é esse o caminho, mas os sócios decidiram”, explicou, enfatizando que “em princípio nos próximos 10 dias, como foi dito pelo presidente da direção, irão surgir propostas concretas de investidores”.